CABUL (CNN) -- Os Estados Unidos lançaram, neste domingo, seu primeiro ataque contra o Afeganistão, em represália à ação terrorista de 11 de setembro contra Nova York e Washington.
Explosões foram ouvidas ao redor de Cabul, a capital afegã, e também em Kandahar, sede do regime talibã, deixando ambas às escuras após o ataque.
Navios norte-americanos e britânicos dispararam mísseis contra as duas cidades
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fez um pronunciamento à nação, pela televisão, 25 minutos após o primeiro ataque, ocorrido às 1635 GMT (13:35, em Brasília).
"Sob minhas ordens, os militares norte-americanos iniciaram ataques contra os campos de treinamento da al-Qaeda e instalações militares do regime talibã", declarou Bush, referindo-se à organização terrorista dirigida pelo milionário saudita Osama bin Laden, que vive sob proteção dos talibãs no Afeganistão.
"Estamos unidos nesta operação por nossos amigos fiéis, a Grã-Bretanha. Outros amigos próximos, como o Canadá, a Austrália, a Alemanha e a França, prometeram forças, com o desdobramento da operação", acrescentou.
Bush ressaltou que a ação foi necessária devido à recusa do Talibã em entregar bin Laden e outros membros da al-Qaeda.
"Agora, o Talibã pagará um preço", concluiu. "Não pode haver paz em um mundo de terror".
Os ataques deverão durar entre cinco e seis horas, entrando a madrugada no Afeganistão. Funcionários do Pentágono disseram à CNN que estão sendo usados caças bombardeiro B-2, que têm os Estados Unidos como base, e B-52 e B-1 que decolaram da instalação britânica de Diego Garcia, no oceano Índico.
"A guerra contra o terrorismo será ampla, contínua e vamos usar cada elemento do poder e da influência dos Estados Unidos", declarou o secretário de Defesa Donald Rumsfled.
"O objetivo é criar condições para os esforços antiterrorismo e humanitário no Afeganistão", acrescentou.
Um alto funcionário do Talibã em Kandahar, sul do Afeganistão, disse à CNN que os sistemas de comando e radar no aeroporto da cidade haviam sido destruídos. Mas deixou claro que o regime fundamentalista islâmico, que controla 95 por cento do território afegão, não depende inteiramente desses equipamentos.
A ação norte-americana se segue a três semanas de advertências de Bush para que o Talibã entregasse bin Laden, responsabilizado pelos ataques de 11 de setembro.
Os talibãs rejeitaram o ultimato dos Estados Unidos, exigindo provas do envolvimento de bin Laden - a quem abrigam há pelo menos cinco anos, desde que tomaram o poder - nos atentados que mataram mais de 5.000 pessoas.
No sábado, o presidente Bush já alertara que os países que apóiam o terrorismo "pagariam um preço pesado".
"O Talibã já teve a chance de entregar todos os terroristas no Afeganistão e fechar os campos de treinamento e operações. Demos todos os alertas e o tempo está se esgotando", disse Bush em seu pronunciamento semanal de rádio.
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