Cena do longa "Harry Potter e a Pedra Filosofal", com Daniel Radcliffe como protagonista, que estréia no dia 23 no Brasil
GABRIELA ROMEU
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES
A mistura de ingredientes mágicos envolvendo o lançamento de "Harry Potter e a Pedra Filosofal" tem a pretensão de produzir a maior bilheteria da história do cinema. Pelo menos é o que esperam os executivos da Warner para o filme que estréia em 16 de novembro nos EUA e na Inglaterra e no dia 23 nos cinemas brasileiros.
A estimativa é que a adaptação do primeiro livro da escocesa J.K. Rowling ultrapasse a cifra de US$ 1,5 bilhão. Se a mistura de poções der certo, o longa pode ultrapassar a marca de "Titanic" (1998), que faturou só em merchandising 450 milhões de libras (aproximadamente US$ 656 milhões) dos 700 milhões de libras.
A produção do filme do feiticeiro órfão que é convocado para estudar em Howgarts (a melhor escola de magia) girou em torno de US$ 125 milhões. A Coca-Cola investiu cerca de US$ 150 milhões para associar sua marca ao grande fenômeno editorial.
A versão cinematográfica do livro "Harry Potter e a Pedra Filosofal", lançado em 1997, tem direção de Chris Columbus ("Esqueceram de Mim" e "Uma Babá Quase Perfeita"). Com 152 minutos, o filme ambiciona prender a atenção das crianças (e de seus pais). Pode parecer longo, mas a preocupação de todos os envolvidos em levar "Harry Potter" para o cinema era não perder os trechos do livro preferidos pelos fãs.
Na próxima semana, dias antes de o filme estar nos cinemas norte-americanos e ingleses, Columbus e o elenco vão voltar aos estúdios para filmar a sequência: "Harry Potter e a Câmara Secreta". A Warner tem o direito para levar para os cinemas o terceiro e o quarto livro da série -"O Prisioneiro de Azkaban" e "O Cálice de Fogo", respectivamente.
A partir de agora, começa uma corrida contra o tempo. "Meu sonho é que eu possa fazer todos os filmes com essas crianças incríveis. Não sei se isso vai ser possível fisicamente. Elas não são apenas crianças parecidas com os personagens do livro, são ótimos atores", diz Columbus. A autora já escreveu quatro e pretende publicar sete volumes. O quinto livro, que ainda está sendo escrito, recebeu o título de "Harry Potter and the Order of the Phoenix".
Segundo Columbus, o quarto livro, "O Cálice de Fogo" (com 584 páginas na versão brasileira), vai ser o maior desafio entre as obras publicadas até agora. "Não sei como vamos fazer para colocar todos os detalhes e as cenas importantes num só filme. Mas sou um fã desses livros e quero enfrentar o desafio", diz.
Daniel Radcliffe, 12, o garoto londrino escolhido entre milhares de crianças britânicas para ser Harry Potter, aparece em quase todas as cenas do filme. "A parte mais difícil de fazer foi a do espelho de Ojesed. Harry tinha várias reações diante do espelho: alegria por ver os pais, tristeza por não poder falar com eles", diz Radcliffe, que é fã do Homem-Aranha e do ator Dustin Hoffman.
Emma Watson, 11, interpreta Hermione Granger, a CDF da turma, que já leu quase todos os livros de magia do primeiro ano de Howgarts. Radcliffe, Emma e Rupert Grint, garoto de cabelos vermelhos que faz o papel do divertido Rony Weasley, formam o trio que interpreta os bruxos.
Os jovens atores fazem parte de um elenco escolhido a dedo pelo diretor e por Rowling, que ainda conta com a participação de Richard Harris (professor Dumbledore), Robbie Coltrane (Rúbeo Hagrid), John Hurt (sr. Olivaras), John Cleese (o fantasma Nick Quase sem Cabeça), Fiona Shaw (tia Petúnia), entre outros.
O filme não virou uma história de pré-adolescentes numa escola americana, como dizem que queria Steven Spielberg, primeiramente cotado para a empreitada. A missão de retratar o mundo mágico e sombrio do aprendiz de feiticeiro ficou nas mãos de Columbus, que prometeu ser fiel às linhas escritas por Rowling.
O diretor americano seguiu todas as instruções da escritora, que indicou o comprimento do cabo das vassouras usadas nos jogos de quadribol (esporte praticado pelo bruxos) e revelou a alguns atores o futuro secreto de seus personagens. Tudo isso para que a atuação fosse a mais fiel possível.
"Eu me encontrei com J.K. Rowling durante quatro meses para discutirmos o filme. Nossas preocupações eram com relação à adaptação do livro e com os fãs. Nós nos questionávamos a todo momento sobre as partes que as crianças gostariam de ver e aquelas que não poderiam perder", conta Columbus.
À noite da première do filme, realizada domingo passado, em West End (Londres), mostrou um pouco do frenesi em torno do filme. A porta do cinema Odeon parecia Howgarts. Centenas de pessoas, entre elas crianças vestidas de magos, estavam lá para dar uma espiadinha nos novos heróis Harry, Rony e Hermione.
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