Dono de repertório melancólico, Damien Rice surpreende com show bem-humorado
Damien Rice entrou mudo no palco do Citibank Hall, em São Paulo, nesta sexta-feira (30). Franzino e desajeitado, empunhou seu violão e soltou a voz em um lado B: "The Professor & La Fille Danse". Sem falar uma palavra, emendou a história de amor impossível de "Delicate" e, ao ouvir o público clamar pela música "Sand", atendeu o pedido.
Até então sem diálogo com os brasileiros, o bardo irlandês passou a frustrar a expectativa de quem esperava a continuação de um show constante e melancólico como seus dois únicos discos lançados. Mas em sua primeira visita ao Brasil, sem a banda a tiracolo, chegou cheio de histórias para compartilhar. Fez piada, brincou com o público, perguntou palavras em português e encenou como um verdadeiro comediante. Quem foi assistir a uma apresentação musical, ganhou de presente uma espécie de stand-up comedy com trilha sonora ao vivo.
Damien inovou a cada oportunidade. Em "I Remember", cantou no microfone do violão e brincou com uma música de Kylie Minogue. "Cold Water" foi executada no escuro, somente à luz das velas dispostas no palco. As atenções ficaram voltadas apenas para a canção, que ele emendou com um trecho de "Hallelujah", o clássico de Leonard Cohen já regravado por diversos cantores da safra do irlandês.
Já com as luzes acesas, convidou quem quisesse subir ao palco (e foram muitos) para cantar "Volcano" com ele. Rodeado por fãs, separou todos em grupos, cada qual cantando uma parte da música. Enquanto tocava seu violão, Damien regia o coral, como se fosse um maestro.
Depois de "Rootless Trees", numa versão mais contida do que a gravação original, Damien proporcionou o momento mais surpreendente da noite: pediu para que os técnicos de som desligassem todos os microfones e, à beira do palco, a plenos pulmões, cantou um de seus maiores sucessos, "Cannonball". Desplugado, a cena sugeria uma proximidade ainda maior com o público.
Proximidade essa que foi ressaltada com mais uma história: um amigo de Damien comentou sobre um músico brasileiro que queria mostrar-lhe algumas coisas diferentes no violão. O irlandês disse que não tinha tempo para encontrá-lo e que o jeito seria convidar o músico para tocar com ele. Resultado: o cantor Max de Castro entra no palco. Juntos, dividiram os versos (em português) de "Desafinado", de Tom Jobim.
Só no bis Damien deu ao público a óbvia "The Blower's Daughter", aquela que virou "É Isso Aí" na versão de Ana Carolina. E novamente convocando a platéia para participar de seu show, chamou à frente um rapaz e uma moça e, junto a eles, bebeu duas garrafas de vinho. Enquanto isso, roteirizava espontaneamente uma irônica história de romance entre os dois desconhecidos para, com voz embriagada, introduzir "Cheers Darlin'".
Mesmo sozinho no palco, apenas com seu violão, a amplitude da voz de Damien foi capaz de preencher os eventuais vazios surgidos pela ausência de acompanhamento. Nas músicas mais pesadas, forçava a batida nas cordas do violão e improvisava percussão em seu instrumento.
Não houve "muito obrigado, São Paulo" nem bandeira do Brasil hasteada, mas a expressão emocionada no rosto de Damien Rice ao final do espetáculo resumiu sua satisfação de dever cumprido em sua primeira visita ao país.
No domingo (1º/2), Damien Rice leva seu show à Florianópolis. Assim como seu conterrâneo Bono, do U2, não dispensa uma luta pelos direitos humanos: o cachê da apresentação será doado à Associação Saúde Criança Recontar. As entradas custam R$ 60 (setor 3), R$ 100 (setor 2) e R$ 140 (setor 3).
Veja as músicas que Damien Rice apresentou em São Paulo:
"The Professor & La Fille Danse"
"Delicate"
"Sand"
"Amie"
"Woman Like a Man"
"Elephant"
"I Remember"
"Coconut Skins"
"Cold Water"
"Hallelujah"
"Volcano"
"Rootless Tree"
"Cannonball"
bis
"Desafinado" (com Max de Castro)
"The Blower's Daughter"
"Cheers Darlin'"
Além de tudo o que está na reportagem... posso acrescentar que o cara tem uma mega presença... e não achei ele desajeitado... e sim bem tímido... UM FOFO....
O Show foi fooooooda e a melhor parte foi quando ele contou que um dia estava meio triste em casa e resolveu ligara para a melhor amiga dele (só amiga, de 7 anos de convivência)... e ela sugeriu que ele fosse na casa dele... ele prontamente foi... chegando lá, ela perguntou se ele não queria dormir lá... ele então pensou “nossa, essa noite eu faturo a gata”.... qual não foi a surpresa quando ela disse que a irmão dela não estaria em casa.... nossa... ele ficou louco... ficaram a noite toda bebendo vinho, conversando... na hora de “dormir”... ela foi até o quarto e “o colocou para dormir”... desejou boa noite e disse que seu quarto tinha uma janela que dava para ver o céu estrelado”.... hahahahaha... o coitado se ferrou.... e, como ele mesmo disse no show teve que “se virar sozinho” hahahahahaha.... e depois “ir ao banheiro limpar-se com medo de que ela visse”.... resumo da historia... acabou a noite pior do que chegou..... ele pediu um sinal de deus, e viu uma estrela cadente.... depois disse que viu outra coisa e no dia seguinte escreveu essa música:
Amie Lyrics:
Nothing unusual, nothing strange
Close to nothing at all
The same old scenario, the same old rain
And there's no explosions here
Then something unusual, something strange
Comes from nothing at all
I saw a spaceship fly by your window
Did you see it disappear?
Amie come sit on my wall
And read me the story of O
And tell it like you still believe
That the end of the century
Brings a change for you and me
Nothing unusual, nothing's changed
Just a little older that's all
You know when you've found it,
[ Find more Lyrics at www.mp3lyrics.org/dGW ]
There's something I've learned
'Cause you feel it when they take it away
Something unusual, something strange
Comes from nothing at all
But I'm not a miracle
And you're not a saint
Just another soldier
On the road to nowhere
Amie come sit on my wall
And read me the story of O
And tell it like you still believe
That the end of the century
Brings a change for you and me
And Amie come sit on my wall
And read me the story of O
And tell it like you still believe
That the end of the century
Brings a change for you and me
Agora, o cômico foi a enchente em SP.... meu... choveu tanto, tanto... que não tínhamos como atravessar a rua desde o estacionamento que estávamos até o Citibank Hall.. tentamos de tudo, pensamos em todas as alternativas.... até que um pessoal subiu numa Doblo (taxi) que iria “cruzá-los”... detalhe que a água estava até o joelho.... mas só tinha um lugar, na frente... entramos Aninha e eu, ela no meu colo e fomos hahahaha.. depois tivemos que passar entre uma árvore e a grade do estacionamento ao lado da casa hahahahaha... foi uma aventura para consegui chegar ao show... mas valeu cada esforço e Money..