WASHINGTON (CNN) -- Depois de uma reunião com seus principais assessores de segurança nacional, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que os detidos na base naval norte-americana de Guantánamo, em Cuba, "não serão tratados como prisioneiros de guerra".
No entanto, o presidente admitiu que ainda está analisando as "ramificações legais" para saber se as Convenções de Genebra, de 1949, se aplicam aos combatentes do Talibã e da rede Al Qaeda, de Osama bin Laden, capturados no Afeganistão.
Bush afirmou ainda que os 158 detidos em Guantánamo - os quais chamou de "assassinos" - estão sendo tratados humanamente.
A questão das Convenções de Genebra pode se tornar importante no caso dos detidos porque elas lhes dariam o direito de apelar contra sua classificação.
Além disso, alguns especialistas afirmam que a forma como os EUA tratam os detidos pode afetar o tratamento de soldados norte-americanos capturados em futuros conflitos.
Os comentários de Bush, feitos na segunda-feira, se seguiram a notícias de que o secretário de Estado, Colin Powell, estaria defendendo a idéia de classificar os detidos como prisioneiros de guerra - o governo os considera "combatentes ilegais", o que lhe permite interrogá-los.
"Seja qual for a minha decisão, esses detidos serão bem tratados", disse o presidente. "Nós não vamos chamá-los de prisioneiros de guerra, em caso algum, e a razão é que Al Qaeda não é uma força militar reconhecida. Eles são assassinos, terroristas".
Uma porta-voz do Pentágono, Victoria Clarke, disse que os EUA estão certos ao questionar a aplicabilidade das Convenções de Genebra na guerra contra o terrorismo.
"Nós estamos vivendo tempos muito diferentes; estamos numa guerra não convencional", afirmou. "Por isso, cada aspecto dessa guerra, incluindo a Convenção de Genebra e como pode ser aplicada, deve ser visto com novos olhos e novos pensamentos".
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